VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sábado, 3 de maio de 2014

O GUERREIRO NOVENTÃO - Por Mundim do Vale.




GUERREIRO  NOVENTÃO.

Dia do trabalhador
Procuro a inspiração
Para fazer alusão
Ao grande batalhador.
Que as graças do Senhor
Lhe cubram de harmonia
E alimente a alegria
Dos netos e filhos seus.
Que venham às bênçãos de Deus
Para Chico e pra Bibia.

Nesse primeiro de maio
Dia do trabalhador
Eu vou lembrar um senhor
Que é forte como um raio.
Seguro o tema e não saio
Na busca de subsídio
Porque Chico de Emídio
É merecedor de estima.
O que faltar nessa rima
Sua neta traz em vídeo.

Se Deus me desse à bondade
De viver bem como Chico,
Eu me achava muto rico
De paz e felicidade.
Noventa anos de idade
É para quem merecer,
Mas se alguém quiser saber
Bibia já fez também
E saúde ainda tem
Pra muitos anos viver.

Chico de Emídio é herdeiro
Da boa religião
Sua fé na oração
Guarda como um escudeiro.
Hoje é o dia do guerreiro
Na folha do calendário
Fazendo o aniversário
Na compannhia dos seus.
Rezando e pedindo a Deus
Que ultrapasse o  centenário.

Sua casa era elevada
Bem no topo da ladeira,
Quem subisse na Ribeira
De lá ele avistava.
No domingo passeava
Com seu irmão Agostinho,
Zé Fiuza seu vizinho
E Zé de Mãe seu cunhado.
Depois vinha acompanhado
Do bom poeta Bidinho.

Chico de Emídio do Chico
Chico que lhe deu a vida
Onde começou a lida
Mas de posse não foi rico.
Na coragem foi ao pico
Com muita disposição,
Nas mazelas do sertão
Conviveu com muita fé.
Com São Pedro e São José
Seus santos de adoração.

Chico aprendeu a falar
Do Chico para a Varzinha,
Se estivesse com Barbinha
Estava com Alencar.
Era um casal singular
Que se um fosse, o outro ia
Quando Alencar queria
Barbinha dizia sim.
Mas se a coisa fosse ruim
Nem um, nem outro fazia.

Chico de Emídio dizia
Quando estava a conversar:
- Só deixei o meu lugar
Pra dar conforto a Maria.
Por lá faltava energia
Não tinha água encanada
E a minha meninada
Não tinha prosperidade.
Mas para o bem da verdade
Minha saudade é danada.

Fui do cabo do machado
Da enxada e roçadeira,
Plantei fava e macaxeira
Feijão e arroz cacheado.
Tinha sempre em meu roçado
Plantação de melancia,
Se um vizinho me pedia
Eu arranjava as menores.
Porque aquelas maiores
Eu levava pra maria.

Não gosto de comentário
Nem aprecío o fuxico,
Minha casa lá no Chico
Era igual a um santuário.
Fui um bom funcionário
Na função de vigilante,
A frequência era constante
Cumpri bem minha função.
Não dei trabalho ao patrão
Porque fui sempre atuante.

Nem quando estava doente
Perdia a disposição,
Seu trabalho era a razão
Para viver mais contente.
Foi seguro e paciente
Nas horas das agonias
Fez quatorze cirurgias
Foi freguês da medicina.
Mas é a ordem divina
Quem controla os nossos dias.

Com certa dificuldade
Criou a sua família
Mas adotou a cartilha
Do amor e fraternidade.
Seus filhos com pouca idade
Lhe ajudaram no roçado
Todos eles do seu lado
Trabalhando com a terra.
Do Chico à Aba da Serra
Foi seu lema no passado.

Noventa anos já tem
É guerreiro que não cai
Pelo jeito que ele vai
Pode ultrapassar os cem.
Tá vivendo muito bem
Com o seu vigor profundo
Satisfeito no seu mundo
Feliz e muito disposto.
E na festa de agosto
Vai rezar pra São Raimundo.

Mundim do Vale.
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